Atenção, senhoras e senhores, professora de português erra (isso mesmo!) ortografia em grupo de WhatsApp (cheio de alunos!).
Os policiais de plantão já foram atrás da infratora – “Foi culpa do corretor” – revela. Mas eles querem prova! Não as da professora, as do erro cometido sem pudor...
Na delegacia da linguagem, o delegado pressiona questionando – “Tem certeza que foi sem querer?”. A pobrezinha nem responde e é colocada no paradigma dos regulares – “para ver se aprende!”.
Depois de muitas repetições é chamada de novo – “Vamos te colocar com os irregulares... Não foi erro?”.
Depois do futuro do pretérito e do presente levaram ao Tribunal Lexical. Na acusação, depôs o pobre estudante que, ardilosamente, apontou o erro da infratora!
A professora estava agora na grade horária colocada contra a parede! “Os sintagmas não mentem! Não se faça de sujeito oculto!” – gritou a acusação.
Os jurados com as tabelas de pronomes, conjunções e preposições não se entendiam – “Vossa excelência, depois de toda essa confusão, qual é o veredito?”
- Acalmem-se, senhoras e senhores! Podem soltá-la: esse é um caso de liberdade poética!
Vânia Sousa – 11 de Agosto de 2020
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